domingo, 29 de março de 2009

mais sobre Rock

Dias atras fui no programa da Maria Rafart, 91 minutos, programa no qual sou colunista de música (adoro isso...mto chique...rsrsrsrs), pra falar sobre baixistas do rock. Paulo Juk, baixista de Blindagem era o outro colunista naquele dia, e conversando qdo tava fora do ar saiu uma frase q nem pensei direito mas Paulo adorou.
Essa frase era mais ou menos algo assim:
"O rock é uma musica muito mais inteligente q o jazz e q outros estilos, pq ela se recria a cada novo disco."
Estilos como o jazz, entre outros nao tem essa capacidade porque na sua essencia eles sao a repetição intensiva e exaustiva de padroes e convençoes pre-determinadas...
Por exemplo,  em jazz uma musica esta constituida formalmente por tres partes: tema/improviso/re-exposição do tema. Pronto, 100 anos de jazz tocado com a mesma estrutura formal.
A harmonia jazzistica é tao limitada e exclussivista, q só cabem tres tipos de acordes: menor, maior e dominante, todos eles com nao menos de 4 notas, o q reduce o canvas de acordes a uma serie de formulas q cualquer metodo de improvisação resume em 3 paginas.
O improviso esta baseado no uso dos arpeggios (as notas nao sao tocadas juntas como um bloco sonoro e sim sucessivamente) desses tres acordes.
Nao q nao haja musica maravilhosa dentro do mundo do jazz, adoro jazz (me cansam um pouco os musicos de jazz pq acham q so o jazz é boa musica), talentos fazem coisas maravilhosas ate com essa pobreza de materiais, mas isso nao quer dizer q qualquer um q faça uso desses recursos com relativa competencia esta fazendo boa musica.
As vezes no jazz se confunde agilidade e habilidade tecnica com boa musica.

Com o rock isto nao acontece.
Cada disco é diferente (claro, tirando aqueles exemplos de grupos q por coerencia, obstinação, ideologia, limitações ou intuitos comerciais insinstem em repetir esquemas uma e outra vez).
O rock se re-inventa a cada novo disco.
Cada disco é algo novo: texturas, recursos composicionais, sonoridades, instrumentos, poesia, encarte, arte, conceito, alguns mais experimentais, outros mais conservadores, mas ate essas bandas mais "conservadores" como Kiss ou Rolling Stones mostram uma evidente mudança no seu trabalho q qualquer pessoa com capacidade mediana de observação perceberia

É impossivel reduzir o rock a um conceito em termos de forma, acordes e arpeggios, porque todo é parte do rock. É um genero tão aberto e democratico que é capaz de absorver dentro de sim qualquer recurso que tenha uma funcionalidad expressiva, sem necessidade de acrobacias instrumentais (nao q nao sejam importantes tb se forem usadas  como um recurso expressivo ou como parte de uma estética - tb existe a estetica do exagero no rock, por causa dessa abertura...).
Vc pode fazer rock com 1 ou 456 acordes, vc pode mistura-lo com qualquer genero, desde musica eletronica, folclore, musica erudita e até jazz.
Cada compositor inventa sua forma/estrutura musical, suas texturas, combinações ritmico/melodicas/estilisticas.

Não por isso, qualquer coisa que mistura, pelo simples fato de misturar é boa musica.

Boa música é aquela que é boa, e pronto.

LONGA VIDA AO ROCK...
e ao jazz tb...



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